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FASHION HEMP

Updated: Aug 31, 2023



Ampliando as iniciativas de sustentabilidade de seu portfólio (vide RETECIDO), a RenauxView lançou uma linha de bases tecidas com fios de cânhamo para oferecer alternativas mais sustentáveis a indústria da moda brasileira.

E você? Conhece os diferenciais desta fibra milenar e o porquê do cânhamo estar atraindo a atenção mútua de ambientalistas e fashionistas?



O que é o cânhamo

O cânhamo é uma planta da espécie Cannabis sativa. É uma das plantas mais antigas cultivadas pelo ser humano e tem sido utilizada por milhares de anos por várias culturas em todo o mundo. A planta é valorizada por suas propriedades medicinais e por suas fibras resistentes e duráveis, que são usadas na produção de uma ampla variedade de produtos, desde cordas e tecidos até papel e materiais de construção.

O cânhamo é frequentemente associado à maconha, mais conhecida por seus efeitos psicoativos e usos recreativos. Embora seja a mesma planta, as espécies de Cannabis sativa cultivadas para fins industriais e comerciais do cânhamo, contém baixos níveis de tetrahidrocanabinol (THC), a substância psicoativa da planta.



Diferenciais sustentáveis do cânhamo

Enquanto o algodão responde por cerca de 97% da área plantada com fibras naturais no planeta, o cânhamo ocupa menos de 1% desta área (atrás da juta e do linho). E, mesmo embora o consequente custo desta desproporção reflita num preço mais elevado, o cânhamo vem ganhando espaço na indústria da moda por conta de suas credenciais ambientais mais sustentáveis. Entre os principais fatores que diferenciam a cultura do cânhamo das demais fibras naturais e o torna mais sustentável, podemos destacar os seguintes:

1. Uso de água: o cânhamo requer uma quantia significativamente inferior ao algodão para crescer. A planta pode produzir a mesma quantidade de fibra com 50% menos água.

2. Pesticidas e herbicidas: o cânhamo é uma planta naturalmente resistente a pestes e doenças e requer, portanto, uma quantidade muito inferior destes químicos. Como também é uma planta muito adaptável, podendo ser cultivada em uma grande variedade de solos e climas, dependendo da localização, algumas culturas da planta podem prescindir 100% do uso de pesticidas e herbicidas.

3. Saúde do solo: a cultura do cânhamo é de baixo impacto e devido a seu sistema de raiz a planta pode até melhorar as condições do solo melhorando sua estrutura e prevenindo a erosão.

4. Pegada de carbono: a lavoura de cânhamo requer menos energia em seu cultivo e pode ser mantida sem o uso de fertilizantes sintéticos e outros químicos que contribuem para a emissão de gases de efeito estufa.

5. Tempo de safra: plantas cultivadas em climas quentes para exploração da fibra podem ser colhidas entre 70 a 90 dias. Isso permite várias colheitas anuais tornando-se uma opção atraente para os agricultores que desejam uma cultura sustentável e de rápido crescimento.


O cânhamo na história

O cultivo do cânhamo, há milhares de anos, exerce um importante papel na história da evolução da humanidade. Um de seus mais notáveis usos é o emprego na produção de fibras e produtos têxteis.

Pesquisas arqueológicas revelam que o uso da fibra do cânhamo remonta às antigas civilizações da Mongólia, China e Egito, que utilizavam a planta de diversas maneiras, sobretudo para fins têxteis. Um dos registros mais antigos de tecidos da antiguidade, a propósito, é um uma peça tecida com cânhamo do ano 8.000 AC, encontrado na região do atual Iraque. Na mesma região, sob as ruínas da antiga cidade da Babilônia, pedaços de tecidos de cânhamo com mais de 4 mil anos também foram encontrados.

Na antiga China, as fibras do cânhamo eram usadas na fabricação de vestuário, papel e velas navais. Os chineses, que acreditavam nas propriedades terapêuticas da planta, também a utilizavam para fins medicinais. Além destes usos, sua forte e resistente fibra era utilizada na construção de prédios e na fabricação de cordas.

Seu uso também era amplamente difundido na Europa. Durante a idade média, o plantio da Cannabis sativa era um dos principais cultivos agrícolas do continente. O cânhamo era utilizado para fazer roupas, cordas e até mesmo livros. O papel de cânhamo, por falar nisso, foi usado por séculos até o advento da polpa de celulose como alternativa para a fabricação de papel no começo do século 19.

Também nos Estados Unidos o cultivo do cânhamo figurava como um do principais lavouras até o começo do século 20. Alguns dos “Pais Fundadores” dos EUA, incluindo George Washington e Thomas Jefferson, plantavam cânhamo em suas propriedades. A fibras da planta eram usadas para fazer roupas, corda, papel e até mesmo a primeira bandeira americana.




O cânhamo no Brasil

O cânhamo também foi, historicamente, cultivado em grade escala no Brasil durante do período colonial, principalmente para uso na produção de cordas e tecidos. O plantio de cânhamo também foi incentivado durante a Segunda Guerra Mundial, quando o Brasil precisava produzir seus próprios materiais para a guerra e o cânhamo era considerado uma matéria-prima valiosa.

No entanto, o cultivo de cânhamo foi proibido no Brasil em 1946, seguindo a tendência global de criminalização das drogas, que incluiu a Cannabis sativa. Essa proibição durou até 2019, quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aprovou a


regulamentação do uso medicinal de produtos à base de Cannabis, incluindo o cânhamo.

Hoje em dia, o cânhamo é cultivado em pequena escala no Brasil, principalmente para uso na produção de óleo de CBD (canabidiol), que é usado como medicamento para tratar várias condições de saúde. Também há um interesse crescente no uso de fibras de cânhamo na produção de tecidos e na construção de materiais sustentáveis.

Para novos usos na indústria da moda, no entanto, o Brasil dependa da onerosa importação dos fios de cânhamo de países como a China e Índia.



O Cânhamo na moda

O cânhamo tem atraído cada vez mais a atenção da indústria da moda, especialmente para a produção de roupas e acessórios mais sustentáveis. As fibras de cânhamo são duráveis e resistentes, o que as torna ideais para a produção de roupas e tecidos que podem durar por muitos anos. Além disso, o cultivo de cânhamo é considerado mais sustentável do que o de muitos outros materiais têxteis, pois a planta requer menos água, menos produtos químicos e menos tempo para estar pronta para uso.



Seja pelas qualidades intrínsecas da fibra, como resistência e durabilidade, seja por suas credenciais ambientais de baixo impacto, marcas de moda, em número crescente, estão começando a incorporar o cânhamo em suas coleções. Aplicações não faltam! Roupas de cânhamo podem oferecer confortáveis soluções para calças e bermudas, camisas e camisetas, saias e vestidos, blazers e jaquetas, roupas de banho, cama e mesa, entre outras.


E, se por um lado, o Brasil ainda depende da importação onerosa de fios de cânhamo de países como a China e Índia, agora, por outro lado, dispõe de bases inspiradoras tecidas pela RenauxView para agregar sustentabilidade e alternativas mais ecológicas às coleções

dos criadores da moda brasileira.



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